A Guerra
de Suez envolveu Israel, França e
Inglaterra na disputa com o Egito pelo domínio de seu canal, o Canal de Suez.
O motivo da guerra foi o desejo das nações capitalistas controlarem um ponto
estratégico no Mar Vermelho,
que permite ligar Europa à Ásia sem precisar contornar a África.
O Canal de Suez foi construído entre 1859 e 1869 e
caracterizou-se por ser o mais longo do mundo. Com seus 163 Km de extensão, o
Canal de Suez liga o porto egípcio de Port-Said, localizado no Mar Mediterrâneo, ao porto de Suez,
no Mar Vermelho. O Canal de Suez tornou-se então um importante caminho
comercial que permite ligar a Europa à Ásia sem precisar fazer o contorno pelo
continente africano. O domínio dessa região é um grande favorecimento econômico
para os empenhados no comércio marítimo.
O Egito, com o advento do imperialismo, tornou-se uma nação subjugada pelos
ingleses ainda no século XIX. Somente no século XX, em 1922, o Egito deu sinais
de libertação estabelecendo um regime monárquico. Esta forma de governo
permaneceu até depois da Segunda Guerra Mundial. Acabada esta, o
Canal de Suez tornou-se localidade mais cobiçada ainda pelas potências
européias e os Estados Unidos por causa da importância crescentemente
valorizada do petróleo na economia mundial, produto o qual era encontrado em
grande quantidade no Oriente Médio.
Mesmo com a independência do Egito e formação de um governo monárquico, o
país continuava sofrendo a intervenção de outras nações. Um grupo de militares,
liderados pelo coronel Gamal Abdel Nasser, inconformados com a
antiga situação, organizaram um levante que derrubou o governante egípcio, o
rei Faruk, no ano de 1952. Tão logo esse grupo de militares chegou
ao poder, medidas começaram a ser implementadas para reformar o Egito. Dentre essas
estavam a estatização das empresas estrangeiras, a limitação da presença de
outros países na economia do Egito e um audacioso projeto de reforma agrária,
com o apoio dos soviéticos.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, pairava no mundo a Guerra
Fria, que rivalizava os países do bloco capitalista e os países do
bloco comunista. O apoio dado pelos soviéticos ao Egito e seu projeto de
reformas incomodou a França, a Inglaterra e Israel, países do bloco capitalista
com interesses diretos na região. Para ampliar a tensão, os egípcios
determinaram o fechamento do porto de Eliat e a nacionalização do Canal de
Suez. A situação preocupou os países capitalista, os quais ficaram receosos de
que os soviéticos estivessem conquistando um importante aliado no Oriente
Médio.
Com a medida egípcia, Israel ficou sem a possibilidade de
irrigação do deserto de Negev e perdeu seu contato com o Mar Vermelho.França e Inglaterra,
com seus interesses imperialistas, perdiam o espaço de influência na economia
do Egito e um importante mercado consumidor. Os israelenses prepararam a
retaliação, no dia 29 de outubro de 1956 os judeus promoveram uma invasão
militar na península de Sinai, ao mesmo tempo em que grupos de paraquedistas
franceses e ingleses tomaram Port-Said. A guerra estava declarada.
Com a conquista da península de Sinai, os israelenses conseguiram reabrir o
porto de Eliat. A guerra durou duas semanas e os egípcios saíram derrotados. Os Estados
Unidos, contudo, preocupados com reações radicais dos soviéticos,
intervieram no conflito. De fato, aUnião Soviética se expressou sobre
o conflito ameaçando a França e a Inglaterra de um ataque nuclear. Por ser uma
das vencedoras da Segunda Guerra Mundial, a União Soviética tinha uma posição
fortalecida no mundo.
As Nações Unidas também interferiram no confronto. Para
evitar um ataque nuclear e a ascensão de uma nova guerra de proporções
mundiais, exigiu que os países que tinham invadido o Egito se retirassem do
território. Sob a pressão de guerra nuclear dos soviéticos, os israelenses se
retiraram do Egito, juntamente com os ingleses e franceses. Assim, a União Soviética
conquistou o Egito como zona de influência ideológica no mundo árabe,
terminando a guerra, mas permanecendo a tensão pelos interesses econômicos,
árabes e judeus na região.
O Canal de Suez voltou a ser liberado para transitação apenas no dia 10 de
abril de 1957.
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